sábado, 30 de março de 2013

Foi assim que aconteceu..

Era uma vez um homem que ansiava muito por algo. Nada no mundo tinha mais importância para ele. A fim de satisfazer seu desejo, assumiu uma grande dívida.
Antes de contrair o débito, preveniram-no dos riscos e principalmente da intransigência do credor. Entretanto, parecia-lhe importantíssimo naquele momento fazer o que desejava e ter o que queria. Estava convencido de que conseguiria saldar a dívida.
Assim, assinou um contrato. Os pagamentos seriam efetuados em algum momento futuro. Isso, porém, não o preocupava, pois parecia haver muito tempo pela frente. Agora ele possuía o que desejava e era isso que importava.
O credor, porém, não lhe saía da mente. Ele fez-lhe alguns pagamentos esporádicos achando que, de alguma forma, o dia do ajuste final jamais chegaria.
Mas, como sempre, o dia chegou e o contrato venceu. A dívida não fora totalmente saldada. O credor procurou-o e exigiu o pagamento integral.
Foi só aí que o devedor se deu conta de que o credor tinha não apenas o poder de despojá-lo de seus bens, mas também de pô-lo na prisão.
‘Não posso pagar, não tenho condições’, confessou ele.
’Então’, disse o credor, ‘executaremos o contrato, confiscaremos suas propriedades e você será preso. Você concordou com isso, foi sua escolha. Você assinou o contrato e agora o cumpriremos.’ ’Você poderia aumentar o prazo ou perdoar a dívida?’ suplicou o devedor. ‘Ache algum meio de eu poder conservar o que possuo e não ir para a cadeia. Você por certo acredita em misericórdia. Pode mostrá-la agora?’
O credor respondeu: ‘A misericórdia é sempre unilateral. No caso, serviria apenas a você. Se eu for misericordioso, ficarei sem pagamento. O que quero é justiça. Você acredita em justiça?’
’Acreditei na justiça quando assinei o contrato’, disse o devedor. ‘Naquela ocasião, ela estava do meu lado, pois eu achava que me protegeria. Não precisava de misericórdia naquela época nem supunha que viria a necessitar. A justiça, eu pensei, serviria igualmente a nós dois.’
’É a justiça que exige que você cumpra o estabelecido no contrato ou sofra as penalidades’, disse o credor. ‘Essa é a lei. Você concordou com ela e é assim que deve ser. A misericórdia não pode roubar a justiça.’
E ali ficaram eles: um exigindo justiça e o outro implorando misericórdia. Se um deles prevalecesse seria às custas do outro.
’Se você não perdoar a dívida, não haverá misericórdia’, suplicou o devedor.
’Se eu fizer isso, não haverá justiça’, foi a resposta.
Aparentemente, as duas leis não podem coexistir; são dois ideais eternos que parecem contradizer-se. Não haveria meios de contentar plenamente a justiça e a misericórdia?
Sim, há um meio. A lei da justiça pode ser plenamente satisfeita, e a misericórdia, completamente concedida. No entanto, faz-se necessária a intervenção de outra pessoa. E foi isso o que aconteceu.
O devedor tinha um amigo que veio em seu auxílio. Ele conhecia bem o devedor e sabia que era imprevidente. Achou-o tolo por contrair tal dívida; não obstante, queria ajudar, pois o amava. Colocou-se entre os dois homens, olhou para o credor e fez sua oferta.
’Saldarei a dívida se você liberar o devedor do contrato, para que não perca suas posses nem a liberdade.’
Enquanto o credor ponderava a oferta, o mediador acrescentou: ‘Você exigiu justiça. Embora ele não tenha condições de pagar, eu o farei. Você terá sido reparado com justiça e nada mais terá a pleitear, pois não seria justo’.
Assim, o credor deu-se por satisfeito.
Então, o mediador voltou-se para o devedor: ‘Se eu pagar seu débito, você me aceitará como credor?’
’Ah, certamente’, exclamou ele. ‘Você livrou-me da prisão e mostrou-me misericórdia.’
’Então’, disse o benfeitor, ‘você pagará a dívida para mim, e eu estabelecerei as condições, que apesar de difíceis, não serão impossíveis. Vou conceder-lhe um meio para fazê-lo. Você não precisará ir para a cadeia.’
Assim, o credor recebeu toda a quantia que lhe era devida. Tudo se fez com justiça e nenhuma cláusula do contrato foi desrespeitada.
Ao devedor, por sua vez, concedeu-se misericórdia. Ambas as leis se cumpriram. Por ter havido um mediador, a justiça recebeu sua porção e a misericórdia foi satisfeita.”
(Conference Report, abril de 1977, pp. 79–80; ou Ensign, maio de 1977, pp. 54–55)

Sim, Jesus Cristo pagou por nossos pecados, agora cabe a nós fazermos a nossa parte.

Feliz Páscoa!
                                                              Inisv

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